O governador do Amazonas, Wilson Lima, disse em entrevista à TV Estadão, em São Paulo, nesta sexta-feira (23), que a Amazônia precisa sim dos recursos da Noruega e da Alemanha para preservação ambiental. Os repasses feitos por esses países totalizavam o valor de R$ 288 milhões ao Fundo Amazônia, porém foram bloqueados e, é tidos como desnecessários pelo presidente Jair Bolsonaro.
Lima destacou que é necessário aprofundar a discussão sobre o Fundo Amazônia e ver de que forma os governos estaduais da região poderão tratar os acordos de cooperação internacionais. Ele disse, ainda, que é preciso encontrar um caminho de consenso para que o investimento não seja perdido.
“No Amazonas, nós temos uma parceria com o KFW, um banco alemão, feita diretamente com o Estado. Mas no momento em que tivermos uma definição sobre o Fundo Amazônia, vamos discutir esse desenho, inclusive, com os donos desse dinheiro, Noruega e Alemanha, para eles destinarem esses recursos para a Amazônia, se seria diretamente com os governadores, através de consórcio, se se criaria um fundo, a gente vai ter que desenhar isso aí. Lembrando que nós precisamos desses recursos sim, da Noruega, Alemanha e de outros países que queiram investir na Amazônia”, destacou.
Durante entrevista, Lima disse que “não isenta ninguém de responsabilidade” a respeito das queimadas na Amazônia, o que inclui ele, o presidente Jair Bolsonaro e a sociedade civil organizada.
“Não adianta nesse momento jogar a culpa em ninguém. O que tem que se fazer é tomar ações, tomar atitudes para se resolver o problema. É a gente mandar um recado muito sério para as pessoas que insistem em fazer essas queimadas na Amazônia. Mandar esse recado para o mundo de o quanto a gente está preocupado com a preservação dos nossos recursos naturais. Não esquecendo que quem precisa ser preservado dentro desse processo todo, e as pessoas esquecem disso, é o cidadão que mora da Amazônia”, observou.
Para o governador, os recursos frutos de acordos de cooperação internacional devem estar alinhados às políticas públicas para a região amazônica e não a ações pontuais.
“Não adianta fazer investimentos em situações pontuais, temos que atacar a base, por exemplo, a questão da regularização fundiária talvez seja o maior problema da Amazônia. Hoje há áreas queimando que eu não tenho como responsabilizar alguém porque não há um título definitivo daquela terra, não sabemos quem é o dono. Às vezes há dúvida se aquela é uma área de preservação ambiental ou não e a gente precisa caminhar nesse sentido”, afirmou.
Ações de combate
O governador afirmou que o Estado do Amazonas tem feito a sua parte, no que diz respeito ao combate às queimadas e aos desmatamentos ilegais na região. “Nós temos uma equipe permanente de controle, assim que nós começamos a identificar os primeiros focos de calor, no início de agosto, eu determinei estado de emergência, já vislumbrando essa possibilidade do aumento das queimadas e montamos uma força-tarefa para trabalhar conjuntamente com o Ibama, com as prefeituras e alguns órgãos do Governo do Estado, como Secretaria de Meio Ambiente, Ipaam, que é o nosso órgão de fiscalização, e a Polícia Ambiental”.
Wilson Lima destacou, ainda, novas tecnologias que têm ajudado a identificar responsáveis por queimadas ilegais. “Lançamos também o sistema de monitoramento geoespacial, onde é possível identificar esses focos de queimada com imagens de satélite de até 10 metros de altura, casando com outras informações e monitoramentos para identificar o responsável pela aquela área e quem estaria queimando essa área e responsabilizando. Já começamos a mandar as notificações, prevendo multas, inclusive, prisões”, pontuou.
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