Um grupo de motoristas saiu em carreata por ruas da Zona Centro-Sul e Centro-Oeste de Manaus, na manhã deste domingo (19), para pedir a saída do governador Wilson Lima do comando do Estado do Amazonas. O governo tem sido alvo de críticas pela forma como tem lidado com a crise na saúde pública diante da pandemia do novo coronavírus.
De acordo com o boletim divulgado pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), na tarde deste sábado (18), em 24 horas, o Amazonas registrou 16 novas mortes de pacientes com Covid-19 – chegando a 161 óbitos. O número de casos no estado também subiu e chega ao total de 1.897 confirmações. Manaus concentra 1.593 casos confirmados de Covid-19, totalizando 83% das contaminações em todo o Amazonas.
A Polícia Militar do Amazonas acompanhou os motoristas para garantir a segurança da população. O grupo saiu de um ponto de concentração na Avenida das Torres, no bairro Coroado, Zona Leste, seguiu pela Av. Ephigênio Sales e continuou em direção ao Comando Militar da Amazônia, na Ponta Negra.
No CMA, os motoristas desceram dos veículos e, mesmo com máscaras, e se aglomeraram em frente ao local, descumprindo recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de manter, pelo menos, 1 metro e meio de distância.
No último dia 30 de março, um empresário foi detido por agentes do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-AM) por descumprimento à decisão judicial que proibiu a realização de uma carreata em protesto pela suspensão das atividades de estabelecimentos comerciais e serviços não essenciais no Amazonas. A medida tinha como objetivo evitar a propagação do novo coronavírus no estado. A secretária estadual de saúde, Simone Papaiz, informou que todas as Unidades de Pronto-Atendimento do estado estão trabalhando no seu limite máximo de capacidade operacional. As unidades, segundo ela, têm uma estrutura menor e menos complexa do que uma unidade hospitalar e ainda sofrem com o afastamento de profissionais de saúde. Segundo dados do governo, quase 90% do leitos totais para pacientes de Covid-19 estão ocupados.
Investigação
Na última sexta-feira (17), a Polícia Civil do Amazonas recebeu a denúncia que a manifestação estava sendo articulada e que dentre o planejamento estava o ateamento de fogo em veículos de passeio e em ônibus do transporte coletivo urbano. O objetivo seria causar caos na cidade.
Uma investigação foi aberta e na manhã deste domingo (19), policiais militares da 23ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom) estiveram no local preparados para intervir em qualquer situação de ameaça ao patrimônio. Conforme a equipe, a manifestação foi pacífica e os condutores respeitaram a ordem de estacionar do lado direito da vida.
Entretanto, alguns dos manifestantes saíram dos veículos para registrarem fotos, fato que gera um risco de transmissão do Covid-19.
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